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E eu morro a cada dia 
quando cada coisa morre. 
Outrora Deus me socorria; 
agora já não socorre... 
 
Vai um pássaro, coitadinho, 
de hirtas e opacas asas. 
Vai com ele um bocadinho 
da minha alegria tão rasa. 
 
Vão-se o amigo, o cão, o gato, o boi, 
tudo vai nesta infalível jornada. 
Só fica a angústia do que foi 
na minha memória cansada. 
 
Até um jovem filho se vai 
sem mesmo saber p´ra onde, 
na vã liberdade que atrai 
e mil armadilhas esconde. 
 
Nenhuma alegria perdura 
e todo gozo é passageiro. 
Só de tristeza há fartura 
todo dia, o ano inteiro... 
 
Quando eu me for (e será breve!) 
levarei comigo esta carga. 
Não quero que alguém herde 
tanta lembrança amarga. 
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 Writer Profile 
Remisson Aniceto
  
 
Nasci em Nova Era, pequena e aconchegante cidade do interior de Minas Gerais. Tão logo aprendi as primeiras palavras comecei a agrupá-las e percebi, encantado, que o efeito era muito bom. Escrevo, ainda que razoavelmente, desde os oito anos e minha preferência é pela poesia, mas me arrisco a emitir opiniões sobre diversos temas. Um dos assuntos que mais me interessam e para o qual recebo muitos pedidos é presevação ambiental. As críticas aos meus trabalhos, favoráveis ou não, serão sempre bem-vindas
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