by Mateus Fernandes
Published on: Jun 5, 2004
Topic:
Type: Short Stories

Houve um tempo, uma vez, em que tudo o que um jovem poderia querer estava bem ao alcance de suas mãos. Ele queria sair pra ver o mundo; queria sair pra testar sua inocência; queria se perder, pra se encontrar.

Não sei se participei desse tempo no passado. Mas digo isso porque creio que esteja participando desse tempo no presente. Quantos são os momentos que hoje nos inspiram? Quantas são as possibilidades que temos de nos arriscar, de fato, em busca de algo que nos traga o motivo de nossa caminhada?

Com uma moto, velha talvez, tudo pode começar. Mas pode ser também de carro, novo, do último modelo. Pode ser inclusive de avião, com todo o conforto. Não importa o veículo, o que importa é o caminhar. E, mesmo com tudo isso, o que vai realmente importar ao final é chegar ao destino, mesmo que o veículo fique pra trás. Aliás, quando escolher, prefira mesmo as motos velhas, daquelas sem freio, que nos abandonam no meio do caminho. Assim, poderemos ter a oportunidade de nos depararmos com desafios maiores, mais estimulantes, menos rotineiros. Desafios que nos farão trilhar, com os próprios pés, a estrada da vida.

E, seguindo assim, e cantando a canção, poderemos recuperar esse época que não passou, mas pode estar escondida embaixo de nossos pés, ainda imóveis. Talvez estejamos precisando de inspiração. Talvez estejamos carentes de respiração. Talvez, o que falte mesmo é percebermos o ar entrando, sentirmos o oxigênio fluindo. Sentimento...

De todas as coisas que fazem um sentimentos despertar, uma das que me agrada em particular são os filmes. São tantos os sentimentos que brotam em poucas horas sentados no escuro de uma sala de projeção que chego a me questionar se o tempo dentro do cinema transcorre da mesma maneira. Mas, o que sei mesmo, é que um filme pode nos ajudar nessa inspiração carente e frágil.

Um homem, ainda que com frágil respiração - era asmático, pasmem! - pode nos mostrar o caminho. Porque ele trilhou o seu. Não será o mesmo que o nosso, mas pode nos ajudar no primeiro, e mais difícil, passo. Se você ainda não assistiu a um filme assim, faço um convite. Não é um convite ideológico, muito menos um conselho. O que digo agora é baseado em minha própria experiência, mas é dos conselhos que tenho pra você, o melhor. Assista a "Diários de Motocicleta", de Walter Salles.

E depois, me conte. Quem sabe não podemos começar nossa jornada assim?


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psiu. Na verdade, esse texto foi fruto de outra inspiração. Leia o texto de Martha Medeiros, intitulado "La Poderosa", e veja a poesia sem rima de suas palavras. E respire fundo ao final...

-->Veja o site oficial do filme em: http://www2.uol.com.br/bvi/diariosdemotocicleta/MD.html

-->Leia o texto em: http://agenciacartamaior.uol.com.br//agencia.asp?coluna=visualiza_arte&id=1917



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