Por: Efraim Neto
Ocupando uma parcela significativa da sociedade ativa e representando 35% da população da Iberoamericana, a juventude é um segmento importante para a população e para o desenvolvimento desta região. Em 2008, programas para o desenvolvimento dos jovens se tornaram prioridade na agenda Iberoamericana. Várias ações para este segmento social foram estabelecidas e, sem dúvida, os motivos econômicos e sociais contribuíram para sinalizar aos governos a importância do investimento nesta parcela da sociedade.
Os países iberoamericanos determinaram o ano de 2008 como o Ano Iberoamericano da Juventude. E a Carta Iberoamericana da Reunião de Chefes de Estado e de Governo, que ocorreu em San Salvador – El Salvador -, em outubro do ano passado, determinou que o próximo binômio tenha como foco as discussões sobre a temática da Juventude e Desenvolvimento.
Em 2008 vários avanços econômicos e políticos favoreceram para o fortalecimento das estratégias de desenvolvimento nesta região. A economia Iberoamericana experimentou nos últimos quatro anos um crescimento consecutivo do seu PIB. Consolidou as suas reformas estruturais e, a partir de uma melhor cobertura e oferta de educação, abertura comercial e melhor e maior infra-estrutura pública, passou a ser vista por um consenso internacional como propulsores do desenvolvimento. É notável que estas alterações apontem para um processo eficaz da democracia representativa, permitindo o surgimento de circunstâncias e condições para o fortalecimento da juventude no contexto nacional e mundial.
Programa - É neste cenário de desenvolvimento que emerge o programa Melhores Práticas em Políticas e Programas de Juventude na América Latina e Caribe, da UNESCO. O projeto é um esforço coletivo de organizações internacionais, regionais, governamentais, do setor acadêmico e civil, para promover e impulsionar o posicionamento delas e dos jovens com protagonistas do desenvolvimento de suas comunidades.
Dividido em três etapas: convocatória regional, identificação e seleção das melhores práticas, o projeto visa atender pontos como: educação, participação e liderança juvenil, saúde sexual e reprodutiva, prevenção da violência juvenil, voluntariado, tempo livre e espaços, emprego, redução da pobreza e desenvolvimento integral juvenil. Para o funcionamento das suas necessidades, foi desenhada uma rede de cooperação, dividida da seguinte forma:
Emprego – Organização Internacional do Trabalho (OIT)
Educação – UNESCO
Participação e liderança Juvenil – Faculdade Latino-America de Ciências Sociais (FLACSO)
Voluntariado, tempo livre e espaços – BID Juvenil
Desenvolvimento Integral da Juventude – UNICEF
Redução da Pobreza – UNFPA
Prevenção da Violência Juvenil – Organização Pan-americana de Saúde (OPS)
Saúde Sexual e Reprodutiva - International Planned Parenthood Federation (IPPF)
A UNESCO, responsável pela organização do projeto, selecionará as melhores práticas que em suma resgatem o mais transcendental da memória da região para as gerações atuais e futuras. “Estamos identificamos essas ações com o intuito de impulsionar novas atividades. Por isso, estamos convocando as três esferas de governabilidade. Somente assim será possível o desenvolvimento e a evolução de políticas públicas e, também, ações que dê visibilidade e força para os projetos que estão aplicados pelos agentes da juventude e da conservação dos costumes históricos”, disse Berenice Alcalde da Seção para Juventude, Esporte e Educação Física, da UNESCO.
O encontro para a premiação dos projetos acontecerá na capital do Estado de Colima, no México, ainda este ano. O evento será dirigido a jovens agentes da mudança e aos tomadores de decisões dos países participantes. Uma publicação será lançada durante a premiação e abrangerá as 8 temáticas. As discussões ainda irão contribuir para o regimento da XVIII Cumbre Iberoamericana de Jefes de Estado.
As políticas e programas para a juventude são fundamentais, dada a sua ligação ao tecido social e as suas determinações, apontando para os diferentes paradigmas foram alterados ao longo do tempo. As abordagens tradicionais destacam a juventude como uma fase de transição para a idade adulta e, portanto, como um período preparatório para o futuro. As reativas abordagens enfatizam a juventude como agentes responsáveis pela solução de problemas, agentes de desenvolvimento. Neste sentido, a sociedade passa a reconhecer os jovens no processo democrático, como cidadãos, produtores de cultura e atores estratégicos do desenvolvimento local e global.
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