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Bioinformática: “é possível mapear as origens e as causa dessa infecção”, defende Túlio de Oliveira Printable Version PRINTABLE VERSION
by Efraim Neto, Brazil Jan 3, 2008
Human Rights , Health   Interviews
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Projetada por pesquisadores do Centro de Bioinformática de Oxford, a técnica desenvolvida a partir do isolamento do DNA, aplicado à tecnologia do relógio molecular, foi de fundamental importância para a comprovação da inocência do médico e das seis enfermeiras no caso de infecção das crianças com HIV-1 na Líbia. O desenvolvimento dessa técnica possibilita a construção do sumário de análise precisa do DNA do vírus. O mecanismo calcula a taxa de mutação e de evolução do vírus, tornando possível a identificação do período correto da contaminação.
“O envolvimento da Bioinformática na resolução do caso de infecção comprova que cientistas podem se envolver em casos de direitos humanos. Mostra ainda que análises sobre epidemias podem ser realizadas de maneira mais rápida e eficiente”, comemora Tulio de Oliveira, pesquisador do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford e coordenador do Instituto de Bioinformática da África do Sul. O pesquisador esteve na Fiocruz-BA, ministrando o curso teórico-prático: Procura e Design de seqüências locais, na Capacitação em Bioinformática para pesquisas em HIV-AIDS, realizada no Laboratório Avançado de Saúde Pública – LASP.
Tulio de Oliveira, nesta entrevista, fala sobre a importância e o envolvimento da Bioinformática no caso de infecção com HIV-1 que ocorreu em 1998 no Hospital de Benghazi na Líbia, quando um médico e seis enfermeiras, que trabalhavam no local, foram acusados de causar a infecção em 418 crianças. A resolução do caso só ocorreu em julho deste ano.


Como se dá a reconstrução da história da infecção? E de que forma esses mecanismos estavam estruturados até a entrada de vocês no caso para a identificação dos vírus que infectou as crianças?

A partir do isolamento do DNA do vírus das crianças foi possível aplicá-los à tecnologia de relógio molecular, essa tecnologia identifica a taxa de mutação do vírus, com isso conseguimos identificar o ancestral da epidemia. Isso só foi possível por causa do grupo da Oxford, que é o grupo líder mundial na tecnologia de relógio molecular. Eles trabalham com essas técnicas há mais de 15 anos, desenvolveram essas tecnologias e codificaram os programas dos computadores utilizados nas análises. Esses programas constroem o sumário da análise precisa DNA do vírus, calculando a taxa de mutação e evolutiva do vírus, por isso é possível calcular a data do antecessor comum.

Como procedeu a sua entrada no caso? Qual o principal objetivo da entrada do grupo de Oxford na pesquisa?

Os trabalhos que tenho realizado, há 5 ou 6 anos, com colaborações e, as aulas que tenho ministrado na Universidade de Roma, fizeram com que eu conhecesse os pesquisadores do Instituto de Saúde de Roma. Esses pesquisadores estavam envolvidos na amostragem da seqüência do DNA para a realização do tratamento das crianças. Eles conhecem a nossa especialidade do grupo de Oxford na área de Bioinformática, por isso me convidaram para ir à Roma, foi quando entrei no caso. Foi assim que começaram as análises.

Qual a importância da Bioinformática em um caso como este?

A importância da Bioinformática em casos como estes já se dá há mais de 10 anos. O primeiro caso, que envolveu esse tipo de análise, foi com os pacientes de um dentista da Flórida que infectou cerca de 20 pacientes. A bioinformática, nesse tipo de análise, foi utilizada para provar que o dentista casou a infecção. A mesma técnica foi empregada também em Valência, Espanha, quando um anestesista, viciado em morfina e que tinha hepatite C, antes de anestesiar os pacientes, injetava morfina em si mesmo para depois aplicar nos pacientes. As inúmeras vezes que essa técnica procedeu com sucesso foram de suma importância para que a Bioinformática fosse utilizada nos procedimento de análise do vírus no DNA das crianças.

O que um estudo científico como este pode possibilitar para o futuro da ciência e da medicina?

Esses resultados têm uma importância crucial, mostrando que os cientistas podem se envolver em casos de direitos humanos. Mostrando, também, que podemos realizar a análise de epidemias de uma maneira muito rápida. No casos das crianças, demoramos apenas duas semanas para identificar a origens dos vírus. Conseguimos provar que tendo um out-break, uma infecção, é possível mapear as origens e as causa dessa infecção; o que abre uma possibilidade enorme para a ciência, não sendo essa tecnologia utilizada apenas para casos em cortes de julgamento, mas também para a identificação mais rápida e eficiente de infecções.

Qual a importância da parceria que foi efetuada pelos médicos envolvidos no caso?

Essa participação foi extremamente importante. No nosso caso, que só tínhamos menos de dois meses para o julgamento final, foi necessário o envolvimento de um grande número de pesquisadores, mas não só grande, mas um número de expert na área. Se não fosse pelo envolvimento dessas pessoas não seria possível fazer as análises em tempo hábil.





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